Livro e CD relembram nossas grandes cantoras
Por Julio Cesar Cardoso de Barros
O livro
A editora Casa da Palavra acaba de lançar um livro que fará a festa dos saudosistas e servirá de iniciação dos mais jovens nos anos de ouro do rádio brasileiro. Trata-se de
As Divas do Rádio Nacional – As vozes eternas da Era de Ouro, de Ronaldo Conde Aguiar. Ronaldo é autor doAlmanaque da Rádio Nacional, um livro que já falava das divas da música brasileira, dos programas humorísticos hospedados naquela célebre emissora, dos astros das radionovelas. Na nova investida nesse veio riquíssimo da história do rádio, ele foca 14 cantoras que marcaram época no éter, como diriam os velhos locutores. Conta histórias, algumas muito conhecidas, outras pouco ou nada, dos bastidores do rádio e da vida das artistas. Um CD, que acompanha o livro, dedica uma faixa para cada uma das cantoras, em gravações originais de um de seus mais representativos sucessos. O livro nos conta como Dolores Duran iniciou-se na vida artística profissional cantando na boate Vogue, no Rio, aos 16 anos, e de sua morte prematura. Relembra o drama da separação de Dalva de Oliveira, do final de vida difícil das irmãs Batista. Nos fala do ambiente artístico dos anos 40 e 50, no qual um Rio de Janeiro provinciano expunha à curiosidade pública os menores atos e gestos dos grandes nomes do rádio. Seus dramas eram discutidos nos cafés e bondes. Suas vidas reviradas pelas candinhas da imprensa. Fofocas sobre a suposta tentativa de suicídio de Nora Ney, recém aparecida na cena artística com sua voz grave e suas interpretações dramáticas, ou de como Isaurinha Garcia, driblando os costumes, dava as cartas nas relações com o sexo oposto, se lixando para a moral hipócrita, e submissa numa relação conturbada com o tecladista pernambucano Walter Wanderley (1932-1986). Um livro delicioso para se ler ouvindo um disco excepcional, tanto pela qualidade das músicas e das interpretações quanto pela boa reprodução das faixas.
A editora Casa da Palavra acaba de lançar um livro que fará a festa dos saudosistas e servirá de iniciação dos mais jovens nos anos de ouro do rádio brasileiro. Trata-se de
As Divas do Rádio Nacional – As vozes eternas da Era de Ouro, de Ronaldo Conde Aguiar. Ronaldo é autor doAlmanaque da Rádio Nacional, um livro que já falava das divas da música brasileira, dos programas humorísticos hospedados naquela célebre emissora, dos astros das radionovelas. Na nova investida nesse veio riquíssimo da história do rádio, ele foca 14 cantoras que marcaram época no éter, como diriam os velhos locutores. Conta histórias, algumas muito conhecidas, outras pouco ou nada, dos bastidores do rádio e da vida das artistas. Um CD, que acompanha o livro, dedica uma faixa para cada uma das cantoras, em gravações originais de um de seus mais representativos sucessos. O livro nos conta como Dolores Duran iniciou-se na vida artística profissional cantando na boate Vogue, no Rio, aos 16 anos, e de sua morte prematura. Relembra o drama da separação de Dalva de Oliveira, do final de vida difícil das irmãs Batista. Nos fala do ambiente artístico dos anos 40 e 50, no qual um Rio de Janeiro provinciano expunha à curiosidade pública os menores atos e gestos dos grandes nomes do rádio. Seus dramas eram discutidos nos cafés e bondes. Suas vidas reviradas pelas candinhas da imprensa. Fofocas sobre a suposta tentativa de suicídio de Nora Ney, recém aparecida na cena artística com sua voz grave e suas interpretações dramáticas, ou de como Isaurinha Garcia, driblando os costumes, dava as cartas nas relações com o sexo oposto, se lixando para a moral hipócrita, e submissa numa relação conturbada com o tecladista pernambucano Walter Wanderley (1932-1986). Um livro delicioso para se ler ouvindo um disco excepcional, tanto pela qualidade das músicas e das interpretações quanto pela boa reprodução das faixas.
O disco
Dolores Duran canta seu clássico da fossa “A Noite do Meu Bem” (1959). Zezé Gonzaga (1926-2008), a preferida de maestros e compositores de renome, interpreta de Radamés Gnatalli e Hermínio Bello de Carvalho “Sou Apenas Uma Senhora que Ainda Canta” (2002), feita em sua homenagem, surpreendendo pela boa forma aos 76 anos. Maysa canta de sua autoria “Ouça”, superconhecida do público. Ademilde Fonseca, a velocista do choro, interpreta com inusitada sobriedade o clássico “Pedacinho do Céu”, de Waldyr Azevedo e Miguel Lima. Angela Maria relembra Chocolate e Américo Seixas em “Vida de Bailarina”. Emilinha Borba e Marlene dão sequência à saudável disputa pela preferência do público que marcou suas carreiras com “Se Queres Saber” (Peterpan) e “Lata D’Água” (Luís Antonio e Jota Júnior). Dalva de Oliveira expõe o fracasso de seu casamento com Herivelto Martins em “Neste Mesmo Lugar”, de Armando Cavalcanti e Klécius Caldas. Elizeth Cardoso é apresentada numa suave canção do suave Tito Madi: “Cansei de Ilusões” (1958). Nora Ney, a eterna musa de Jorge Goulart, canta de Denis Brean e Oswaldo Guilherme “Conselho” (“Se você me encontrar pela rua/Não precisa mudar de calçada”). Isaurinha Garcia canta “Mensagem” (Cícero Nunes e Aldo Cabral, 1945), um megassucesso que perdurou por décadas nas ondas do rádio. Inezita Barroso pede auxílio à voz generosa de Roberto Corrêa em “Cuitelinho”, firmando posição como “diva” sertaneja. As irmãs Linda e Dircinha Batista não podiam estar ausentes. Aquela canta “Chico Viola” (1952), dos excepcionais Wilson Batista e Nássara, uma homenagem ao Rei da Voz, Francisco Alves, morto naquele ano num acidente de carro na Via Dutra. Dircinha canta o maior sucesso da carreira de Cauby Peixoto, “Conceição”, de Dunga e Jair Amorim, em gravação de 1956. Não dá para parar de ouvir.
Dolores Duran canta seu clássico da fossa “A Noite do Meu Bem” (1959). Zezé Gonzaga (1926-2008), a preferida de maestros e compositores de renome, interpreta de Radamés Gnatalli e Hermínio Bello de Carvalho “Sou Apenas Uma Senhora que Ainda Canta” (2002), feita em sua homenagem, surpreendendo pela boa forma aos 76 anos. Maysa canta de sua autoria “Ouça”, superconhecida do público. Ademilde Fonseca, a velocista do choro, interpreta com inusitada sobriedade o clássico “Pedacinho do Céu”, de Waldyr Azevedo e Miguel Lima. Angela Maria relembra Chocolate e Américo Seixas em “Vida de Bailarina”. Emilinha Borba e Marlene dão sequência à saudável disputa pela preferência do público que marcou suas carreiras com “Se Queres Saber” (Peterpan) e “Lata D’Água” (Luís Antonio e Jota Júnior). Dalva de Oliveira expõe o fracasso de seu casamento com Herivelto Martins em “Neste Mesmo Lugar”, de Armando Cavalcanti e Klécius Caldas. Elizeth Cardoso é apresentada numa suave canção do suave Tito Madi: “Cansei de Ilusões” (1958). Nora Ney, a eterna musa de Jorge Goulart, canta de Denis Brean e Oswaldo Guilherme “Conselho” (“Se você me encontrar pela rua/Não precisa mudar de calçada”). Isaurinha Garcia canta “Mensagem” (Cícero Nunes e Aldo Cabral, 1945), um megassucesso que perdurou por décadas nas ondas do rádio. Inezita Barroso pede auxílio à voz generosa de Roberto Corrêa em “Cuitelinho”, firmando posição como “diva” sertaneja. As irmãs Linda e Dircinha Batista não podiam estar ausentes. Aquela canta “Chico Viola” (1952), dos excepcionais Wilson Batista e Nássara, uma homenagem ao Rei da Voz, Francisco Alves, morto naquele ano num acidente de carro na Via Dutra. Dircinha canta o maior sucesso da carreira de Cauby Peixoto, “Conceição”, de Dunga e Jair Amorim, em gravação de 1956. Não dá para parar de ouvir.
VEJA.COM 30/08/2010
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