quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

O MENINO NOEL

A infância do poeta da Vila        

Capa: foliões no bonde de Vila Isabel

Por Julio Cesar de Barros

  Aproveitando o momento em que se comemora o centenário do compositor, a editora Escrita Fina preparou um livro inspirado na infância de Noel Rosa. O livro foi escrito pelos irmãos Clóvis e Márcia Bulcão, com capa e ilustrações da artista plástica curitibana Iara Teixeira, uma desenhista originalíssima. Clóvis Bulcão é historiador, autor dos livros Padre Antônio Vieira: um esboço biográficoLeopoldina: a Princesa do Brasil e do romance histórico A Quarta Parte do Mundo. Márcia Bulcão é professora de música, atriz e cantora, integrou a banda Blitz na formação original, ao lado de Fernanda Abreu e Evandro Mesquita, e recentemente formou com Pedro Lima e Ricardo Barreto o Djambo Trio.  


Noel, Francisco Alves e Cartola no traço encantado de Iara Teixeira   
     
O livro, uma biografia romanceada, junta personagens do naipe de Cartola e Francisco Alves, o Rei da Voz, e fala das estripulias e traquinagens do garoto no cenário de um Rio de Janeiro do início do Século XX. Martinho da Vila conta, na orelha do livro: “Muitos já escreveram sobre o Poeta da Vila, mas ninguém teve a ideia de criar uma obra sobre ele para a petizada e se ater, prioritariamente, ao seu tempo de moleque, relatando com graça as suas peraltices. Embora a vida do Noel não tenha chegado a ser um exemplo para os adolescentes, pois dona Martha viveu com o coração aos saltos por causa das peraltices do filho, este livro é recomendável para jovens e adultos que não perderam totalmente a criancice”.  No final do livro há uma cronologia da vida de Noel e as letras cifradas de algumas de suas mais importantes composições.  Um bom jeito de iniciar os pequenos na obra de um de nossos mais ilustres compositores.


Noel menino: uniforme do

colégio São Bento, na loja

Ao Cavaquinho de Ouro        


 Trecho ”Como muitos meninos, Noel cresceu saboreando todas as delícias de Vila Isabel. Era livre para brincar na rua, empinar pipa, jogar botão, pegar o bonde andando e, em junho, sempre soltava balão. Adorava subir na Pedreira do Simões e lá do alto gritar para o mundo: 
– Ale-lê-oooo. 
Apesar de ser o menor e o mais magro da turma, Noel sempre liderava os amigos na hora das brincadeiras. Corria de vento em popa, pulando como sapo, escapando até de praga de urubu. E quando implicavam com seu tipo físico mirradinho, rebatia achando graça: 
– Quem foi que disse que eu era forte? Nunca pratiquei esporte. 
Mas não era só por ser magrinho que o provocavam. Como tinha o queixo muito pra dentro, acabou ficando conhecido na Vila por Queixinho.”      

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