segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

YAMANDÚ E VALTER SILVA

Choro em dose dupla

YV: um disco para ouvir em casa

Por Julio Cesar Cardoso de Barros
 Quem gosta de música instrumental, de violão e, mais especificamente, do choro derramado de Dilermano Reis, João Pernambuco, Pixinguinha, Canhoto da Paraíba, Jacob do Bandolim e outros bambas do gênero, vai se encantar com o CD Yamandú Valter, que reúne em 13 faixas os violões de sete cordas de Yamandú Costa (cordas de nylon) e Valter Silva (cordas de aço). No laser, pérolas como Tempo de Criança (Dilermano), Implicante (Jacob), a brejeira Mistura e Manda (Nelson Alves), a nostálgica Tua Imagem (Canhoto), a sincopadaArabiando (Esmeraldino Salles) e a dolente Os Cinco Companheiros (Pixinga). Completam o álbum Rosa Morena, um clássico de Dorival Caymmi, Caprichos do Destino, de Pedro Caetano e Claudionor Cruz, Revendo o Passado, de Freire Júnior, Uma Noite no Sumaré, de Esmeraldino Salles e Orlando Silveira, Dengoso, de Pernambuco, Com Mais de Mil, de Canhoto e Magoado, de Dilermano. Uma seleção perfeita para o virtuosismo da dupla.

Yamandú: cordas de nylon

São duas gerações de instrumentistas, Yamandú com 30 anos e o carioca Valter com 70. Valter é figurinha assinada e carimbada das rodas de choro do Rio, para onde Yamandú, gaúcho de Passo Fundo, mudou-se há 9 anos. Lavado e enxaguado nas águas do cancioneiro dos pampas gaúchos, o jovem violonista ficou conhecido em São Paulo por suas performances exuberantes, tocando choro e samba com a paixão de um guitarrista flamenco. A parceria com os chorões cariocas domou os arroubos interpretativos do rapaz, sem tirar-lhe o vigor na execução. Um discaço.

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